terça-feira, 5 de junho de 2012

A Procura - Capítulo 3



Capítulo 3 – Alice.

- Vamos ver se a Alice aparece de novo?
- Acho que aquilo foi só fruto da nossa imaginação...
- Não, Lidia! Eu vi e você também viu! Nós não somos loucas!
 As duas olharam-se e Sarah abriu seu livro. Começou a lê-lo em voz alto, logo após, Lidia também. Elas já estavam sem esperança de ver Alice sair do livro, até que...
 - Me desculpem por ter demorado a chegar... Estava indo atrás de um coelho. Ele usava terno! E tinha olhos cor-de-rosa!
 As duas riram, elas já conheciam a história, mas agora poderiam saber o que Alice sentiu quando tudo aconteceu. Elas mal acreditaram!
 - Alice, como é fazer parte de um livro?
 - Alice, a rainha de Copas é tão má assim?
 - Alice, qual é seu melhor amigo?
 - ALICE!
  Alice já estava tonta com tantas perguntas feitas pelas meninas. Era a primeira vez que ela estava naquele mundo estranho, poxa! Era ela quem deveria fazer as perguntas! E foi isso que ela fez:
 - Como vocês me encontraram?
  As duas se olharam sem saber o que responder. Será que Alice sabia mesmo que ela era apenas uma personagem?
 - Bem, você é nossa personagem preferida. – disse Sarah.
 - Verdade? – perguntou, com os olhinhos brilhando. Ela mal podia acreditar!
 - Sim! Amamos sua história!
 - Como conhecem minha história?
 - Um homem a escreveu. Neste livro aqui... – disse Lidia, estendendo o livro para que Alice visse.
  - Tanto tempo que estou presa neste livro que já havia me esquecido que sou apenas uma personagem inventada... – disse, num tom melancólico.
 E foi assim que perceberam que o “felizes para sempre” nem sempre resolve as coisas. Até porque, Alice, assim como todos os personagens dos livros, vivem sempre a mesma história quando alguém a lê. Quando o “felizes para sempre” chega, logo após vem o “Era uma vez” de novo, como um círculo vicioso.
 - Você gostaria de refazer sua história? – perguntou Sarah, procurando o olhar de Alice.
 - Refazer, não. Apenas quero viver coisas novas... A mesma rotina todos os dias cansa... Quero descobrir coisas novas! Fazer amizades! Viver de verdade... – uma lágrima escorrera dos olhos de Alice, mas foi rápida e logo a enxugou. Era do tipo de pessoa que não gosta de se mostrar frágil.
 - Mas e quanto a tudo o que você viveu? A sua história, contada nesse livro, que tantos amam! Eu daria minha vida para ser você! Viver as aventuras que você viveu! – Lidia quase gritava, indignada.
 - Não é isso que estou dizendo... – disse, olhando para baixo, estalando os dedos – Não me arrependo de nada, nada! Tudo o que vivi foi ótimo. Não trocaria minhas aventuras por nada neste mundo! Apenas quero viver dias diferentes. Da primeira vez em que encontrei o País das Maravilhas foi tudo tão lindo! É realmente maravilhoso lá! Da segunda, estava feliz de ter voltado lá, vivido novamente aqueles momentos únicos. Quer dizer, que eu achava que eram únicos. Depois de um tempo, tudo se torna vazio. Tudo o que era novidade, agora perdeu a graça. Como se tudo, tudo tivesse evaporado. É como aprender algo que você já sabe.
 Lidia ouvia atentamente, assim como Sarah. Elas pensavam que a vida de Alice era perfeita, mas perceberam que nem num livro tudo é perfeito. É claro que os autores sempre colocam efeitos nos livros para que pareça que tudo vai dar errado, mas dá certo. Mas, elas nunca tinham visto o ponto de vista dos personagens. Tudo se torna mais difícil para eles.
 Alice finalmente olhara para elas. E os olhos dela eram tão azuis, mas naquele momento estava quase preto. Era como se o mundo estivesse em preto-e-branco, como se mais nada fizesse sentido.
 - Você quer se aventurar com a gente? – perguntou Sarah, com um sorriso nos lábios.
 Alice afirmou com a cabeça, e abraçou-as.
  - Temos que encontrar uma biblioteca.
    - Não, não será preciso, Sarah.
    - Por que não?
    - Venham comigo.

Lidia, Sarah e Alice andaram até o lugar desejado. Era perto de uma praia. O Sol estava se pondo. A paisagem era extraordinariamente linda. Logo, avistaram uma casa, na praia. Era um lugar abandonado.
 Lidia suspirou ao entrar naquela casa. Parecia que tudo vinha a mente dela... Sarah e Alice não estavam entendendo nada. O que aquele lugar significava? De repente, Lidia quebrou o silêncio:
 - Esta era minha casa... – disse Lidia ao observar o que sobrara dela.
 E, então, dirigiu-se a um lugar específico. Um quarto. Um quarto de uma digna princesa. Não estava em perfeitas condições, mas todos podiam notar que aquele quarto era lindo.
Lidia passara as mãos nas paredes. Olhava tudo, com os olhos molhados. Muita coisa que era dela já havia sumido. Mas, o que ela queria ela tinha certeza que ninguém havia pegado.
 - Por favor, me ajude a tirar essa madeira daqui? – disse Lidia à Sarah.
 - Claro.
 Sarah a ajudou e viu que, embaixo daquela madeira, tinha livros. Vários livros. E o primeiro era justamente “Alice no país das maravilhas”.
 Sarah e Lidia realmente gostavam da história. Podiam imaginar, de verdade, que Alice estava ali. Pena que não estava realmente.
 O dia estava se pondo, mas alguns raios de Sol ainda conseguiam entrar pela janela. Sarah pôde ver que algo em Lidia havia brilhado. Lidia tinha um colar lindo, que tinha a mesma cor de seus olhos. Verdes.

Escrito por Taiane.

2 comentários:

  1. Estou adorando Taiane *-*
    Você escreve muito bem

    Beijinhos
    http://misteriodapaginas.blogspot.com.br/

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    1. Que bom que está gostando flor! E obrigada pelo elogio :)

      Beijos,
      Tah ^^,

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