Ela dançava e fazia isso com perfeição. Dava corpo e alma a isso.
Descobrira a dança por meio dos livros. Enquanto escrevia e lia, imaginava como seria voar como uma borboleta. Diziam-na que era essa a sensação.
E dançar era mais uma forma de se expressar. Todas as dores, mágoas, angústias, medos... E também felicidade, amor, amizade...
Mais poucos lhe elogiavam. Diziam-na que dançar era algo inútil, assim como a disseram há uns dias atrás quando ela estava escrevendo um de seus poemas sobre as lindas flores que havia visto, em um jardim, não muito longe dali.
Há uns anos atrás aquilo era só um sonho. Todos diziam que não daria certo. Na verdade, ela dizia isso para si mesma, mas, ao mesmo tempo, não tinha muito apoio. Ela não tinha amigos. Quer dizer, apenas a máquina de escrever, os livros e as flores, que por muito bastaram. Mas ela queria mais. Já tinha muitos amigos que não eram, hum, humanos.
E o corpo dela se tornou como música, como palavras. Mas, aprendera a dançar sozinha. Ninguém nunca a ajudou. Era mais uma bobagem. Os sentimentos dela, para os outros, era bobagem. Não importava se era um sorriso ou uma lágrima. Coisas de criança.
Mas ela amadureceu, mas seus sentimentos continuaram. Sua escrita estava melhor, sua dança estava melhor, seus desenhos estavam melhores. Mas, ainda assim não tinha amigos. Não importava o que ela era, mas sim a aparência. Ela estava abandonada nesse mundo de adultos cruéis.
Um vez, escrevera sobre eles. Ficava pensando pra que os adultos serviam. E chegou a uma conclusão: destruir sonhos. Mas, cansou de escrever sobre monstros. Dava muito trabalho escrever uma coisa que ela não era. Ao contrário, ela era os sonhos em pessoa.
Título: Fazendo meu filme 2 - Fani na terra da rainha
Autora: Paula Pimenta
Editora: Gutemberg
Sinopse:Depois de conquistar milhares de leitores e leitoras, a nossa doce e querida Fani volta ainda mais divertida e encantadora. O segundo volume do livro Fazendo meu filme apresenta as aventuras de Estefânia Castelino Belluz na terra da rainha. Sim, na Inglaterra! Longe do grande amor, ela passa por momentos de alegria, dor, saudade, tristeza e, mais do que isso, pode conhecer melhor a si mesma. Sem deixar de lado suas amigas inseparáveis e sua família, ela consegue, no outro continente, viver momentos cheios de suspense, revelações, aventuras, descobertas e emoções fortíssimas! Feliz, triste, preocupada, ansiosa, temerosa, otimista, insegura, cheia de si, apaixonada, desiludida, seja como estiver, Fani mostra a cada página deste livro que não é mais aquela menina tão frágil que muitas vezes se escondia por trás de sua timidez.
Mais do que a história de uma adolescente que se encoraja a fazer intercâmbio e morar fora por um ano, este livro fala de um grande e delicado amor. Em meio a uma avalanche de sentimentos e acontecimentos surpreendentes, ela consegue viver intensamente na Inglaterra, conhecendo pessoas que conquistam seu coração e sua amizade para toda a vida. Porém, o melhor filme de sua vida ainda está para ser contado, ou melhor, vivido…
Resenha: Fani foi para Inglaterra com o coração partido, após a despedida emocionante de seu amor, suas amigas e família. Após mais ou menos uma semana Fani já estava com muitas saudades, especialmente de Leo, mas ela não sabia se eles estavam namorando ou não, e se o amor dos dois poderiam suportar a distância e mundos totalmente diferentes que agora existiam e por isso ela estava quase decidida a voltar. Após ser convencida a ficar na Inglaterra e ter brigado com Leo, Fani sente-se muito triste, mas Tracy, sua irmã inglesa faz de tudo para animá-la. Mesmo assim, Estefânia não consegue esquecer de Leo, mas uma notícia bombástica é contada para ela: Leo está namorando. Com uma menina nova no colégio. Fani sente-se cada vez mais triste e não lê mais e-mails de Leo. Gabi, Nathália e Tracy dizem que ela tem que se divertir, pois, afinal, ela estava na terra da rainha! Aos poucos, Fani se solta e conhece ummenino brasileiro chamado Christian, que sonha em ser ator. E agora? Christian ou Leo? Quem será o escolhido?
O que eu achei: Amei *--* Tão viciante quanto toda a série! É muito legal porque a gente acompanha o amadurecimento da Fani! Amo os livros da Paula, super recomendo!
Aquela borboleta já foi uma lagarta. E os humanos tinham nojo dela, nojo. Era apenas uma lagarta. Comendo folhas. De vez em quando, ela queimava alguém. Era o mínimo que fazia para se defender. Mas depois disso, chorava. Não gostava de machucar ninguém. E os humanos ainda tinham nojo dela, nojo. Até que um dia, a borboleta entrou numa casa. Desconhecida, mas que era feita por ela mesma. A casa foi um abrigo. Ela teve tempo para si mesma. Pensou na vida... Leu três ou quatro livros. Escreveu dois poemas. Chorou, sorriu, consigo mesma. Se isolou um pouco do mundo, e isso fez bem para ela. Um belo dia, acordou com um par de asas. Eles já estavam crescendo antes, mas estava muito focada em chorar, e não viu as coisas boas que lhe aconteceram. Eram par de asas azuis. Lindas asas azuis. E ela voou, para longe, bem longe dos humanos que antes, lhe achavam algo desprezível. Mal sabia que ela, agora era invejada e apreciada por todos.
E era movida por palavras. Vivia somente por isso. Ela não tinha casa, nem família, nem direção. O que a restava era sua máquina de escrever, algumas folhas e um coração, que fora machucado uma vez, mas jurara a si mesma que nunca, nunca iria se machucar de novo. E escrevia. Ela escrevia sobre amor, ódio, tristeza, solidão. Seria uma ótima bloggueira, se tivesse a oportunidade. Era a garota do futuro prendida ao passado. Vestia roupas estranhas e sapatos considerados "ultrapassados". Mas era o jeito dela. O jeito doce, puro e feliz. Quase feliz. Sabe, ela gostava de flores. Pequenas, grandes, bonitas, cheirosas, brancas, vermelhas, em botão, murchas, desenhadas por ela mesma. Eram flores. Mas a vida não se resume só a isso.Andava por estradas consideravelmente sujas, não tinha direção. Andava procurando por inspiração. As vezes, rabiscava duas ou três palavras numa folha de papel meio amassada, mas tinha cuidado ao escrever, para a tinta não acabar. Ela ainda não tivera a sorte de achar uma pena por aí. Uma vez, teve a quase sorte de encontrar uma bicicleta. Mas ouvira alguém gritar algo como "Isso é meu!" e logo depois "Burra!". Mas ela não entendia essas palavras. Nunca tivera nada, e não criticava a ninguém. Na verdade, ela era criticada por pessoas ricas por não estar na moda, ou algo assim.Chorou umas vezes, sobre a relva. E a máquina de escrever registrava tudo. Desde o choro até o adormecimento da "Bela". Mas não lhe davam crédito. Suas histórias pareciam tolas de mais para aqueles sábios ou sei lá o que. Disso ela não entendia. Na verdade, não entendia nada. Só sabia escrever. Escrever sobre seus sentimentos. E era julgada por isso também, por alguns, por pensar com o coração. Mas era mentira, ela pensava antes com a mente, para agir com o coração.E fechava os olhos, só para sonhar um pouco. Sonhar que tinha uma família de verdade, que tinha amigos de verdade, que tinha um amor de verdade. E adormecia. Em qualquer lugar, não tinha paradeiro. E logo depois "Ops, como sonhei!". E se machucava mais um pouco. Teve um dia que sonhou que as pessoas lhe entendiam. Mas, logo depois, acordou. Tinha caído do banco do parque. E se machucou, tanto por fora, quanto por dentro. Seus joelhos ralaram, mas seu coração estava despedaçado. Tudo que sonhara era mentira. Tudo, tudo. Escrito por Taiane.
Gente, estou tão feliz! O blog completou um mês dia 22/06 e chegamos a 1000 visualizações e 83 seguidores! Muito obrigada a todos, estou muito, muito feliz! :)
Título: Desventuras em série - Mau começo - Livro primeiro
Autor: Lemony Snicket Editora: Cia das Letras
Sinopse:"Mau começo" é o primeiro volume de uma série em que Lemony Snicket conta as desventuras dos irmão Baudelaire. Violet, Klaus e Sunny são encantadores e inteligentes, mas ocupam o primeiro lugar na classificação das pessoas mais infelizes do mundo. De fato, a infelicidade e
recebem uma trágica notícia. Esses imãs que atraem desgraças terão de enfrentar, por exemplo, roupas que pinicam o corpo, um gosmento vilão dominado pela cobiça, um incêndio calamitoso e mingau frio no café da manhã. É por isso que, logo na quarta capa, Snicket avisa ao leitor: 'Não há nada que o impeça de fechar o livro imediatamente e sair para uma outra leitura sobre coisas felizes, se é isso que você prefere'.
Resenha: Os jovens Baudelaire estão na praia, num lugar que gostam muito, até que o sr. Poe chega para dar-lhes a triste notícia: seus pais morreram num inesperado incêndio. Eles são levados para a casa de um parente, o escabroso conde Olaf, ator que tem uma tatuagem de olho no tornozelo. Ele passa a tratar as crianças muito mal, como se fossem escravas. Elas limpam, cozinham... E ai delas se não fizerem! São ameaçadas pelo conde. A vida das crianças Baudelaire é cada vez mais infeliz. Mas, as tristezas não acabam por aí! Elas ainda não sabem qual é o plano dele, pois o conde está doido para colocar as mãos na fortuna dos jovens, que terão posse dela após Violet completar 18 anos. O jeito é prender o cabelo, ler um pouco e botar os dentes para funcionar!
As personagens: Violet tem 14 anos e é a maior inventora do seu tempo. Quando prende seu cabelo com
sua fita é sinal de que está inventando uma nova máquina ou está bolando um plano.
Klaus tem 12 anos e é um amante dos livros.
Sunny tem (não sei, é um bebê) e ama morder as coisas. E nada de comidas moles, por favor!
O que eu achei: Gostei muito do livro, a história é muito boa e o livro é bem curtinho.
Filme: Eu conheci o livro pelo filme, o filme é bom também, mas é meio embolado pois mistura os três primeiros livros e o final do filme é o final do primeiro livro! Mas vou deixar o trailer para vocês verem. (Eu amei os atores que fizeram o filme e quem fez o conde Olaf foi o Jim Carrey, achei que ele representou muito bem!).
Está acontecendo uma feirinha de livros na cidade vizinha a que eu moro e, é claro, eu não podia deixar de ir até lá. Os preços variavam de R$ 3,00 até R$ 30,00, usados ou novos. Comprei quatro livros (mas espero comprar outros).
Maldosas (Série Pretty Little Liars) - Sara Shepard
Custou R$ 10,00.
Fiquei super feliz de encontrar esse livro, estava a muito tempo pensando em comprá-lo e então, veio ela, a feirinha! Pois é. 10 reais num livro novo! Isso mesmo, N-O-V-O.
O Poeta, a Rosa e Mil Cartas - Christiano Sensi
Custou R$ 3,00.
Eu achei muito interessante a história, parece que é baseada em fatos reais. É um romance de Luiz e Rosa, que tiveram de se separar e o meio de se sentirem mais próximos foi por meio de cartas. E também é livro novo.
O Carrossel - Rosamunde Pilcher.
Custou R$ 10,00.
Romance. Livro usado, mas em ótimo estado. E eu acho que quem comprou antes de mim se deu mal, pois está escrito que era R$ 33,00.
Jane Eyre - Charlotte Brontë
Custou R$ 5,00
Romance, século 19. Ótimo estado, edição de bolso. Achei bem interessante o que estava escrito sobre o livro na contra-capa. Li também a respeito da autora e sabe o que descobri? As irmãs dela também foram escritoras. Uma escreveu "Morro dos ventos uivantes", a outra "A preceptora". Família de peso, não?
Ontem fui ao shopping e, é claro, não poderia deixar de ir à Saraiva. Lá, fiquei perdida entre tantos livros que quero ler e novidades que foi difícil escolher só três livros. Eu peguei de cara Jogos Vorazes, Melancia e um do Machado de Assis. Depois, procurei na parte juvenil e lá estavam: Desventuras em série - A sala dos répteis, livro 2 e O Diário da Princesa.
Depois de contas e mais contas levei só três.
Jogos Vorazes - Suzanne Collins
Eu já queria esse livro a séculos porque li críticas muito boas, amei o trailer do filme (sim, só vi o trailer) e minha amiga disse que o filme é mesmo muito bom. Mas como sou daquelas que preferem os livros às adaptações para o cinema, quero lê-lo e depois ver o filme (para apontar os erros e contar para todo mundo que está faltando isso ou aquilo que tem no livro).
O diário da Princesa - Meg Cabot
Eu não li nenhum livro da Meg, mas todo o mundo que já leu fala super bem, já vi o filme que é super legal então o livro deve ser muito mais!
Desventuras em série - Lemony Snicket
Eu conheci essa série pelo filme (que é uma enrolação, pois mistura vários livros da série e o final é o final do primeiro livro! Vê se pode?) Eu gostei muito do primeiro livro e quero ler todos :) (Ai meu bolso! Só existem séries agora? Não tem uma versão com todos coladinhos???).
Bem, acho que em breve eu faço resenha de um deles, e do livro primeiro do Desventuras em série, além da resenha que eu tenho que fazer do livro que estou terminando, "A menina que roubava livros".
História: Tudo muda na vida de Fani quando surge a oportunidade de fazer um intercâmbio e morar um ano em outro país. As reveladoras conversas por telefone,ou MSN e os constantes bilhetinhos durante a aula passam a ter outro assunto: a viagem que se aproxima.
"Fazendo meu filme" nos apresenta o fascinante universo de uma menina cheia de expectativas, que vive a dúvida entre continuar sua rotina, com seus amigos, familiares, estudos e seu inesperado novo amor, ou se aventurar em outro país e mergulhar num mundo cheio de novas possibilidades.
Minha resenha: Estefânia Catelino Belluz, vulgo Fani, é apaixonada por cinema e por seu professor de biologia. Mas, tudo muda quando Gabi diz para ela que Leo a ama. Fani logo se apaixona, mas Leo começa a namorar a garota mais nojenta da classe. A mãe de Estefânia consegue uma prova para ela fazer intercâmbio em Londres. Fani fica dividida. O que deve fazer? Lutar por Leo ou aproveitar o intercâmbio no exterior?
O que eu achei do livro: A-M-E-I! Super demais, amo o trio Fani, Gabi e Natália! O livro realmente o leitor e por isso é uma leitura muito rápida. Super recomendo!
Venho aqui apresentar o book trailer do novo livro da Michelem Fernandes, "Lembranças de um diário". Eu vi o vídeo e ele me deixou com muita vontade de lê-lo! Segue abaixo:
- Acho que aquilo foi só fruto da
nossa imaginação...
- Não, Lidia! Eu vi e você também
viu! Nós não somos loucas!
As duas olharam-se e Sarah abriu seu livro.
Começou a lê-lo em voz alto, logo após, Lidia também. Elas já estavam sem
esperança de ver Alice sair do livro, até que...
- Me desculpem por ter demorado a chegar...
Estava indo atrás de um coelho. Ele usava terno! E tinha olhos cor-de-rosa!
As duas riram, elas já conheciam a história,
mas agora poderiam saber o que Alice sentiu quando tudo aconteceu. Elas mal
acreditaram!
- Alice, como é fazer parte de um livro?
- Alice, a rainha de Copas é tão má assim?
- Alice, qual é seu melhor amigo?
- ALICE!
Alice já estava tonta com tantas perguntas feitas pelas meninas. Era a
primeira vez que ela estava naquele mundo estranho, poxa! Era ela quem deveria
fazer as perguntas! E foi isso que ela fez:
- Como vocês me encontraram?
As duas se olharam sem saber o que responder. Será que Alice sabia mesmo
que ela era apenas uma personagem?
- Bem, você é nossa personagem preferida. –
disse Sarah.
- Verdade? – perguntou, com os olhinhos
brilhando. Ela mal podia acreditar!
- Sim! Amamos sua história!
- Como conhecem minha história?
- Um homem a escreveu. Neste livro aqui... –
disse Lidia, estendendo o livro para que Alice visse.
- Tanto tempo que estou presa neste livro que já havia me esquecido que
sou apenas uma personagem inventada... – disse, num tom melancólico.
E foi assim que perceberam que o “felizes para
sempre” nem sempre resolve as coisas. Até porque, Alice, assim como todos os
personagens dos livros, vivem sempre a mesma história quando alguém a lê. Quando
o “felizes para sempre” chega, logo após vem o “Era uma vez” de novo, como um
círculo vicioso.
- Você gostaria de refazer sua história? –
perguntou Sarah, procurando o olhar de Alice.
- Refazer, não. Apenas quero viver coisas
novas... A mesma rotina todos os dias cansa... Quero descobrir coisas novas!
Fazer amizades! Viver de verdade... – uma lágrima escorrera dos olhos de Alice,
mas foi rápida e logo a enxugou. Era do tipo de pessoa que não gosta de se
mostrar frágil.
- Mas e quanto a tudo o que você viveu? A sua
história, contada nesse livro, que tantos amam! Eu daria minha vida para ser
você! Viver as aventuras que você viveu! – Lidia quase gritava, indignada.
- Não é isso que estou dizendo... – disse,
olhando para baixo, estalando os dedos – Não me arrependo de nada, nada! Tudo o
que vivi foi ótimo. Não trocaria minhas aventuras por nada neste mundo! Apenas
quero viver dias diferentes. Da primeira vez em que encontrei o País das
Maravilhas foi tudo tão lindo! É realmente maravilhoso lá! Da segunda, estava
feliz de ter voltado lá, vivido novamente aqueles momentos únicos. Quer dizer,
que eu achava que eram únicos. Depois de um tempo, tudo se torna vazio. Tudo o
que era novidade, agora perdeu a graça. Como se tudo, tudo tivesse evaporado. É
como aprender algo que você já sabe.
Lidia ouvia atentamente, assim como Sarah.
Elas pensavam que a vida de Alice era perfeita, mas perceberam que nem num
livro tudo é perfeito. É claro que os autores sempre colocam efeitos nos livros
para que pareça que tudo vai dar errado, mas dá certo. Mas, elas nunca tinham
visto o ponto de vista dos personagens. Tudo se torna mais difícil para eles.
Alice finalmente olhara para elas. E os olhos
dela eram tão azuis, mas naquele momento estava quase preto. Era como se o
mundo estivesse em preto-e-branco, como se mais nada fizesse sentido.
- Você quer se aventurar com a gente? –
perguntou Sarah, com um sorriso nos lábios.
Alice afirmou com a cabeça, e abraçou-as.
- Temos que
encontrar uma biblioteca.
- Não, não será preciso, Sarah.
- Por que não?
- Venham comigo.
Lidia, Sarah e Alice andaram até
o lugar desejado. Era perto de uma praia. O Sol estava se pondo. A paisagem era
extraordinariamente linda. Logo, avistaram uma casa, na praia. Era um lugar
abandonado.
Lidia suspirou ao entrar naquela casa. Parecia
que tudo vinha a mente dela... Sarah e Alice não estavam entendendo nada. O que
aquele lugar significava? De repente, Lidia quebrou o silêncio:
- Esta era minha casa... – disse Lidia ao
observar o que sobrara dela.
E, então, dirigiu-se a um lugar específico. Um
quarto. Um quarto de uma digna princesa. Não estava em perfeitas condições, mas
todos podiam notar que aquele quarto era lindo.
Lidia passara as mãos nas
paredes. Olhava tudo, com os olhos molhados. Muita coisa que era dela já havia
sumido. Mas, o que ela queria ela tinha certeza que ninguém havia pegado.
- Por favor, me ajude a tirar essa madeira
daqui? – disse Lidia à Sarah.
- Claro.
Sarah a ajudou e viu que, embaixo daquela
madeira, tinha livros. Vários livros. E o primeiro era justamente “Alice no
país das maravilhas”.
Sarah e Lidia realmente gostavam da história.
Podiam imaginar, de verdade, que Alice estava ali. Pena que não estava
realmente.
O dia estava se pondo, mas alguns raios de Sol
ainda conseguiam entrar pela janela. Sarah pôde ver que algo em Lidia havia
brilhado. Lidia tinha um colar lindo, que tinha a mesma cor de seus olhos.
Verdes.
O que eu sinto eu não ajo. O que ajo não penso. O que penso não sinto. Do que sei sou ignorante. Do que sinto não ignoro. Não me entendo e ajo como se entendesse.
Depois que li o livro "Eu fui a melhor amiga de Jane Auten" (para ler a resenha clique aqui) de Cora Harrison fui logo pesquisar na internet o nome da autora. Descobri que ela tinha um site e lá ela mantêm contato com seus leitores tanto adultos, quanto crianças. Eu enviei uma história que escrevi e ela publicou no site dela! Então, venho aqui para divulgar minha história: Música e Solidão.
- É espetacular! – os olhos de Sarah brilhavam
como dois diamantes.
Estavam numa biblioteca. Entraram lá pela a porta dos fundos, para não
serem pegas.
Era uma ótima biblioteca. Havia vários títulos geniais. Sarah e Lidia
não se limitavam a apenas olhar os livros. Elas os tocavam e os folheavam.
- Este lugar é mágico! – exclamou Sarah.
- Sim... Era aqui que meu pai me trazia, quando estava fora da prisão. –
dizia com um tom triste.
- Seu pai está preso? – perguntou a menina, voltando-se para Lidia.
- Sim. Mas nunca mais o achei. Eu era muito pequena quando ele foi
levado embora... Não me lembro muito da aparência dele, mas lembro do jeito
dele... – disse Lidia, franzindo a testa, como se estivesse tentando se
lembrar. E, depois de uma pausa, completou - Ele me disse que foi preso por
tentar fazer justiça. Só não sei por que. Da última vez que o vi ele me disse
para correr atrás dos meus sonhos...
Sarah olhava para Lidia com certa pena. Tinha quase certeza de que o pai
de Lidia estava morto. Mas, como Lidia, também não sabia ao certo por que. Justiça? Talvez ele estivesse metido em coisas
de liberdade de expressão ou teatro. Pessoas que lutam por esses motivos são
calados pelas pessoas da política.
E Sarah limitou-se a dizer:
- E é isso que vamos fazer: correr atrás de
nossos sonhos – disse a menina, arrancando um sorriso de Lidia. – Prometa que
nunca irá esquecer-se de seus sonhos. Nem dos meus. A partir de hoje,
trabalharemos em grupo. Temos um propósito na vida e vamos fazer isso juntas –
disse Sarah, apertando a mão de Lidia, como um trato.
Mas, de repente, ouviu-se um estalo. O barulho
era de alguém andando. O chão era de madeira, então mesmo que a pessoa
estivesse tomando cuidado para não fazer barulho, era inevitável.
Então, de repente, viram um coelho. Mas o que um coelho estava fazendo
numa biblioteca? Logo depois viram uma menina branca e loira, olhos claros e
vestido azul. O nome dela? Alice.
- Mas é a Alice! – disseram em coro as duas meninas
Ouviram-se mais passos. Mas, dessa vez, não era o coelho ou Alice. Era o
bibliotecário.
Alice e o coelho voltaram para onde o livro “Alice no país das
maravilhas” estava.
- Suas vermes podres! – gritou o
bibliotecário, puxando as duas meninas pelas orelhas.
- Por favor, senhor, está nos machucando! –
dizia Sarah
- O problema não é meu! Vocês entraram na
minha biblioteca! Suas meninas idiotas! – gritava ainda mais o bibliotecário.
- Não jogue suas frustrações em cima de nós.
Sei sua história, senhor. Estamos passando pelo o mesmo que o senhor! Estamos
correndo atrás de nossos sonhos! – dizia Lidia, contrariada.
- Então quer dizer que o sonho de vocês é
escrever? Perdoem-me ser tão sincero, mas vocês NUNCA conseguirão! Terão mais
sucesso se pedirem esmola nas ruas! Vão embora! – ele dizia, repetindo tudo que
disseram a ele há muitos anos atrás.
Infelizmente, existem pessoas que descarregam
suas mágoas em outras, mesmo sabendo que isso dói, é como se fosse um alívio
para elas.
Elas foram embora, correndo, antes que ele
fizesse algo ruim com elas. As duas andavam, sem rumo pelas ruas, já escuras,
pois já era noite. Estava ficando frio e as duas estavam em silêncio. Sabiam
que nunca mais poderiam pisar naquela maravilhosa biblioteca. Mas, Lidia
quebrou o silêncio:
- Você acha que será possível?
- O que? – retrucou Sarah.
- Conseguir realizar nossos sonhos... Correr
atrás dele é fácil, difícil é conseguir – dizia Lidia, olhando para baixo.
- Depois de correr tanto atrás de nossos
sonhos, vamos desistir quando estarivermos perto deles? - disse Sarah.
- Qual é o seu sonho? – perguntou Lidia
- Escrever algo que desperte algo bom nas
pessoas... – respondeu, num ar melancólico.
- É, eu também... E conseguir encontrar meu
pai... – suspirou Lidia
As duas
estavam paradas, sentadas num banco da praça, olhando para algum lugar distante...
Talvez lembranças, ou talvez esperança de um futuro em que realizariam seus
sonhos.
- O que acha de viajarmos? – perguntou Sarah
- Como? Não temos dinheiro, família nem nada!
– protestou Lidia
Lidia sorriu e abraçou Sarah. Lidia deixou
cair uma lágrima, lembrando de tudo o que já tinha passado na vida... Tantas
tristezas... Mas, agora ela tinha uma amiga. Uma amiga de verdade.
- Não chore – disse Sarah, baixinho – Esses lugares nos levarão até o
final da história, onde conseguiremos realizar nossos sonhos e teremos nosso
“felizes para sempre”.
- Mas não quero que acabe... – dizia Lidia, secando as lágrimas – quero
que nossa amizade dure para sempre. Quero que nós possamos sempre ter uma
aventura para viver, um mistério para desvendar...
- Nós sempre estaremos juntas. Eu te
levantarei assim como você me levantará. E eu nunca, nunca vou deixar com que
você desista de seus sonhos.
Havia uma garota deitada no chão sobre pedaços
de papelão. Estava frio, chovendo. E ela estava lá, intocável. Dava para
perceber que estava com frio e fome. Mordia os lábios e passava os pés um no
outro para aquecê-los. Estava abraçada a um livro. Já era noite e a única coisa
que ela queria era dormir.
Ao acordar, já de manhã, notara o
movimento nas ruas. Encolheu-se. Estava debaixo de uma marquise de uma padaria.
O cheio de pão era tentador, mas deveria contentar-se apenas com o cheiro. Não
tinha um tostão sequer.
Devem estar se perguntando: ‘O que uma menina de 10 anos está fazendo
nas ruas?’. Ela não tem família. Seus pais morreram há algum tempo. A única
coisa que lhe restara foi o livro que sua mãe lhe dera. Ela sabia ler, muito
bem por sinal, aprendera com seus pais. E escrever era sua forma de vida.
- Sua imunda desgraçada! Quantas vezes
tenho que dizer para sair da frente da minha loja? – gritava o padeiro, forçando-a
a sair de lá.
- Me solte! Não estou fazendo mal a
ninguém! – dizia a menina.
- Não quero mais vê-la aqui! Vá embora! E
rápido! Agora! – gritava o homem fora de si.
Só deu o tempo de pegar seu livro, a única
lembrança de seus pais. “Alice no país das maravilhas” era o título.
Correra o mais rápido que pudera. Mas,
esbarrou em uma pessoa.
- Me desculpe – disse a menina com a
cabeça baixa.
- Ah, tudo bem – disse uma outra garota
de rua. – Alice no país das maravilhas! É o meu favorito! – exclamou a menina.
- O meu também – sorriu, pela primeira
vez, a menina.
- Meu nome é Lidia e o seu?
- Sarah.
As duas sorriram.
- Preciso levá-la a um lugar – disse
Lidia.
- Para onde? – perguntou a menina Sarah,
sabendo que se tratava de uma aventura.
- Ao
país das maravilhas – respondeu sua nova amiga.